Podcast FORA LULA #7

outubro 27, 2006

Ouça o podcast FORA LULA #7

http://www.twango.com/media/foralulaorkut.public/foralulaorkut.10001

Participação especial de Rodrigo Constantino.


A direita congressista e a frustração do movimento liberal brasileiro

outubro 26, 2006

Quando vejo alguém cujas posições político-ideológicas não conheço falar em termos de esquerda e direita, sou tomado por calafrios e às vezes sinto um arrepio de cima a baixo na espinha. E não é para menos, pois este assunto é muito falado pelo brasileiro médio, e este, cidadão inacabado que é, que não sabe sequer deixar de votar em políticos comprovadamente pilantras, quase sempre tropeça na língua quando se mete numa seara que não é a sua: o raciocínio lógico e desprovido de paixões.

É muito comum o brasileiro médio entender por direita os políticos e partidos situacionistas, em oposição à esquerda, isto é, aos políticos e partidos oposicionistas. Entretanto, quando o jogo democrático se inverte e os políticos e partidos trocam de posições no governo e no parlamento, o brasileiro médio, até então orgulhoso cientista político de botequim, literalmente
quebra a cabeça, além da cara, evidentemente. Definir direita e esquerda como situação e oposição é retroceder à França do século XVIII, à famosa Assembléia dos Estados-Gerais, em que os súditos situacionistas sentavam-se à direita do Rei, enquanto que os súditos oposicionistas sentavam-se à esquerda do monarca. Hoje em dia, porém, está difícil até para manter a definição de esquerda e direita como, respectivamente, socialismo e capitalismo, afinal, após a queda do Muro de Berlim, o que se observou em regiões como o outrora soviético Leste Europeu foi a ascensão de uma irritante doutrina híbrida como suposta terceira via entre socialismo e capitalismo: a social-democracia. Classifico tal salada ideológica como irritante porque seus membros buscam preencher, geralmente, a lacuna central do espectro ideológico, constituindo o famigerado centro, que faz com que os políticos e partidos social-democratas possam flutuar livremente entre a esquerda e a direita, balouçando para o lado que mais lhes convier em cada ocasião e em cada lugar.

A grande legenda social-democrata do Brasil é o tucanato. O PSDB, que poucos, como eu, conhecem pelo seu nome por extenso, Partido da Social-Democracia Brasileira, é um partido típico em termos de social-democracia: ora pende à esquerda, ora pende à direita. Vai para onde os melhores ventos sopram, não se comprometendo profundamente com nenhum dos lados. Pode-se dizer, trocando em miúdos, que o social-democrata é uma espécie de bissexual da política, pois corta para o lado que der.

Porém, voltando à questão da direita brasileira, o que se vê no Brasil de hoje é que há 3 esquerdas unidas e duas direitas desconexas. As 3 esquerdas são a esquerda do Congresso Nacional, a esquerda da grande mídia e a esquerda da internet: uma lê os pensamentos da outra; elas estão sempre perfeitamente sincronizadas em suas braçadas pelo mar de lama do atual governo. Do outro lado, as duas direitas são a direita congressista e a direita da internet: além de a direita da grande mídia simplesmente não existir, as outras duas são absolutamente diferentes uma da outra. Se elas compusessem o parlamento brasileiro sozinhas, seriam forças políticas opostas e irreconciliáveis. A direita congressista é representada pelo que há de mais burro e patético nos políticos e partidos brasileiros não-socialistas. Sua principal legenda é o PFL, Partido da Frente Liberal, que de liberal só tem o nome. Seus principais políticos são: Paulo Maluf, Erasmo Dias, Jair Bolsonaro, Afanásio Jazadji, Conte Lopes, José Sarney, Antônio Carlos Magalhães, Enéas Carneiro, entre outros. Com estes garotos-propaganda, o filme da direita como um todo já sai queimado de fábrica; nem adianta argumentar. Por outro lado, a direita da internet é forte, corajosa, inteligente e organizada. Entretanto, o movimento liberal brasileiro fica resumido a isso: uma baita grita na internet e a total ausência de sua materialização em todos os outros setores da sociedade brasileira, principalmente a política partidária, tanto parlamentar quanto governamental.

Por fim, gostaria de dizer que todos os esforços para que o movimento liberal brasileiro se constitua num partido político genuinamente liberal e capaz de bater de frente com as demais forças políticas serão frustrados não apenas pelas 3 esquerdas, mas também, principalmente, pela burrice contagiosa da direita congressista.


Podcast FORA LULA #6

outubro 26, 2006

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Estreando o blog Vanguarda Liberal

outubro 26, 2006

Ainda não aprendi a usar esse “wordpress” adequadamente, portanto não garanto bons resultados logo de início.

Mas prometo que farei o melhor possível.